domingo, 25 de maio de 2008

Inferno Quente

Poucas coisas nesse mundo me inspiram verdadeiro terror. Eletricidade e formigas paraenses, por exemplo, me dão muito medo, mas não exatamente terror. Eu tenho medo de me aproximar e entrar em contato, mas não me dão um frio na espinha ao mero pensamento. A mesma coisa com os marginais violentos e fortemente armados do Pará. Mas se há uma coisa nesse mundo que scares the shit out of me, essa coisa é um evento tão familiar aos santistas chamado Inverno Quente.
O Inverno Quente é uma manifestação popular dantesca a tal ponto que aqueles que começam a chamá-lo pelo apelido que eu impús de Inferno Quente, fazem-no a partir de então com uma naturalidade que até passa desapercebida. São minhas experiências pessoais e próximas deste espetáculo de horror e agonia somente equiparável aos filmes antigos do Capitão América que eu agora me dedicarei a descrever.
Desde que eu era muito pequeno que o Inferno vêm a Santos anualmente, tal qual o Castelo do Drácula emerge na Transilvânia a cada cinco séculos. Às vezes eu me pergunto por que o Drácula é assim tão famoso como encarnação do Mal com figuras tão mais maquiavélicas que ele por aí:

Tom Cavalcante: Vamos começar agora mais um concurso de piadas!
Bernardo: Au au au au au au!
Joel Schumacker: Eu achei que as roupas deveriam ter mamilos...
Beto Mansur: Realizaremos anualmente, de junho a meados de agosto, o evento Inverno Quente no Emissário Submarino de Santos...
Samurai Urbano: Shiroi! Ruleante! Seki!!!!!
Drácula: Brrrr... Mato dez pessoas por milênio, e o malvado sou eu?

Pois é... chega a época de festas juninas, começa o Inferno Quente. A princípio você pensa: "Ora, o que há de mal nisso? Um evento popular para se levar a família e curtir uma noite fresca, comendo algodão-doce, andando nos brinquedos e ouvindo uma musiquinha..." Ah, meu amigo, como te enganas! O horror já começa pela própria localização: o Emissário Submarino.
É o último ponto de referência de Santos próximo à divisa com São Vicente. Poucos são os santistas que se aventuram por essas terras corrompidas; os vicentinos é que fazem a diária peregrinação ao evento.
Ocasionalmente, alguns homens corajosos e tomados por seu sentido de estupidez (como o Samurai Urbano, no meu caso) resolvem mijar contra o vento. É aqui que essas crônicas se iniciam.
Normalmente acontecia assim: Ao término de um belo dia ensolarado, com temperatura variando dos 16 aos 20 graus, recebo uma ligação.

Renato: Aê Loner, vamo lá no Inferno Quente?
Loner: Porra, mano... tem nada melhor pra fazer não?
Renato: Ah, vamos lá, vai o (aqui podiam entrar vários amigos... Renan, Ronaldinho, Tanauan, Gustavo...)... melhor que não ficar fazendo nada, sei lá...
Loner: Ah... tá vai, beleza, vamos...

Só o Renato que me fazia ir... se outra pessoa me chamasse, eu não ia, sei lá por que...
Anyway, a aventura já começava cedo. O Renato é quem morava mais perto, então nos reuníamos na casa dele. Sabe quando você faz o bug do Suikoden 2, que você tem que ir correndo pra Matilda torcendo pra não encontrar nenhuma batalha no caminho, ou pra conseguir fugir de todas que encontrar? É tipo isso. O caminho pro Inferno Quente, apesar do mesmo estar a só cerca de 100 metros da casa do Renato, era um verdadeiro antro de marginalidade. Era tanto bandido que alguns aproveitavam pra assaltar enquanto a polícia prendia outros. Chegando dentro do evento esse problema amenizava. Note o "amenizava". Isso porque todos eram revistados na entrada, então ninguém entrava armado. Facínoras desarmados não vão assaltar um grupo de marmanjos, mas muitas pobres donas-de-casa e piriguetes desavisadas eram alvo do assédio de vicentinos.

OK, we're in. Now what? Ah, vamos andar um pouco, curtir o negócio! Sim, sim... passando perto dos banheiros, já dava pra sentir o cheiro nauseante. Algumas vicentinas se dignavam a trocar fraldas dentro dos mesmos... por alguma razão, passar em frente aos banheiros despertou fome no Renato, então fomos à praça de alimentação. Ah, que maravilha! Cinqüenta barraquinhas vendendo as mesmas coisas: pastel, quentão e doces de festa junina. Em uma particularmente convidativa (a lata de lixo cheia de abelhas quase abriu meu apetite também) o Renato pediu uma fogazza de óleo com calabresa que, à primeira mordida, fez uma linda estampa semi-transparente em sua camisa. Agora que já saboreamos os manjares do Inferno Quente, que tal nos deliciarmos com outro dos grandes atrativos do evento: as garotas?

Nessa ocasião em particular estávamos com nosso amigo Yuri, que não tem muita frescura quando o negócio é mulher. Chegou junto num grupinho, prometendo-nos que ia descolar uma pra cada um de nós... e não é que elas voltaram com ele mesmo? Mas que gracinhas! Fiquei logo de olho na mais bonitinha, que tinha todos os dentes (pelo menos da frente). Fiquei meio desconfortável porque uma delas estava olhando pra mim também, mas me tranquilizei, pois estava olhando para o Renan ao mesmo tempo, e me convenci de que o olho que me encarava era o estrábico. Infelizmente, naquela ocasião eu havia esquecido meu pinto em casa, então não investi nas graciosas donzelas, e meus amigos resolveram acompanhar-me solidariamente. Afinal, bros before hoes! Decepcionadas, as meninas voltaram ao espaço em frente ao palco onde tocaria Exaltassamba, Felipe Dylon, ou algo do gênero. Alguns dias depois eu receberia uma mensagem de ICQ do Renato (cuja janela do quarto, no nono andar, abrangia panoramicamente o Inferno Quente inteiro):

PumperZero: Mano, cê naum sabe!!! Tava rolando o show do Belo lá no Inferno Quente, do nada eu escutei umas explosões... fui olhar pela janela e tava rolando uma briga, daí começaram a estourar rojão uns nos outros! Todo mundo correndo, mó catástrofe! zD

Prosseguindo pelo evento, chegou a hora derradeira: o All-Star Park! Aqueles que já jogaram Silent Hill talvez tenham uma vaga idéia do horror instaurado sobre esse lugar. Brinquedos velhos, gemendo nas estruturas, entretiam dezenas de crianças e desavisados. Brincadeiras como jogo da argola, tiro ao alvo e dardos enganavam os inocentes esperançosos, que acreditavam piamente que conseguiriam levar pra casa aquele caríssimo perfume ou uísque importado só pelo precinho do bilhete ("Amor, eu quase acertei a argola em volta do ursinho gigante, vou tentar de novo que dessa vez eu consigo!"). Os carrinhos de bate-bate emitiam aquelas fagulhas elétricas que hoje freaks me out, e sempre saia algum imbecil voando daquele brinquedo redondo que gira, pois se soltava crente de que conseguiria ficar me pé no meio (parece com esse aqui). Acho que os índices de membros decepados desse brinquedo superavam facilmente os dos operadores de máquinas de sisal.

Chegamos então ao Kamikaze. Como esse brinquedo é famoso por já ter parado no topo e soltado o sistema de segurança, deixando quarenta pessoas segurando a vida nos braços por alguns segundos, até o Samurai Urbano estava me dizendo para não entrar. Enquanto olhávamos os bravos idiotas entrando no brinquedo, reparamos em uma cena peculiar:

Mulher temerosa: "Por favor, eu morro de medo dessas coisas. Se eu começar a gritar, você pára pra eu descer, tá?"
Operador: "Xá comigo, tou de olho!"

E o Kamikaze entrou em ação. Sobe... desce... sobe... desce... e a mulher se esgoelando! Pensamos com nossos botões que o homem pararia o brinquedo somente decoridos os cinco minutos de ação contínua que ele oferecia, não sendo possível pará-lo antes; então, ficamos ali rindo do espetáculo. Porém, passaram-se os cinco minutos... seis... sete... oito... Olhando para o operador, o cara tava chorando de dar risada! Já vi o suficiente!, pensei. Fomos embora, rindo de nos acabar...

Andando mais pelo parque, chegamos à parada final: a montanha-russa. E começou o debate externo sobre se deveríamos ir. Dentro de mim, porém, o debate era mais acalorado.

Samurai Urbano: Brinquedo shiroi! Shiroi! Ruleante! Temos que ir, vai ser ruleante! *bate na perna*
Capitão América: Loner, use sua inteligência! Esse é um brinquedo do All-Star Park! For all we know, pode haver uma armadilha nesses trilhos!
Samurai: Ah, qual é? É só uma montanha-russa, que mal pode haver? O Loner é muito branco! Ele sabe se cuidar! Vai ser legal pra caralho, shiroizíssimo!
Capitão: Bom, tudo bem... não tem loopings, e não atinge grandes velocidades, não pode ser tão perigoso... mas lembre-se de se segurar bem, soldado!

Então fomos. Eu, esperto pra caralho, tratei de ir logo na frente do carrinho. Ao entrar, eu reparei numa coisa engraçada: a ausência de coisas. Não tinha cinto de segurança, não tinha cadeiras, não tinha nada. Só tinha uma barra de metal na frente e uma espécie de cilindro acolchoado no meio, de ponta à ponta do carrinho. Eu entrei na frente, sentado meio de cócoras sobre o "assento", e me segurei na barra de metal. Logo atrás de mim sentou-se uma garota até que bonitinha, e eu me senti feliz da disposição do brinquedo obrigar todos os passageiros a se acomodarem um encoxando o outro, como uma comprida e estranha motocicleta. Esse pensamento de felicidade se dissipou em dois segundos. Assim que o carrinho começou a subir, eu tive que sustentar meu peso na barra de metal à frente. A garota atrás de mim se agarrou à mim. Esse prazer durou 0,2 segundos, ao perceber que as cinco pessoas atrás dela fizeram o mesmo. Meus franzinos bracinhos de 15 anos sustentavam o peso de sete pessoas. Ao fim da subida, eu senti alívio ao não sustentar mais o peso. Alívio esse que se transformou em horror ao aparecer a primeira descida! Eu até hoje não sei de onde tirei forças pra sustentar no braço à mim mesmo e àquelas seis pessoas cujo peso foi ferozmente projetado para frente. A cada curva, eu sentia o horror do perigo de sermos lançados para fora. A cada subida e descida, eu sentia o Capitão dar um Shield Slash no Samurai pela infeliz sugestão. E a cada tremedeira acentuada do carrinho nos trilhos frouxos eu beirava às lágrimas, implorando pra não morrer. Ao chegar na estação, o carrinho deu uma parada brusca que quase me projetou para a frente, em cima dos trilhos, onde eu seria massacrado. Saí do carrinho pálido, tremendo ligeiramente, meus músculos fazendo-me mil promessas de dor para o dia seguinte, e o Samurai Urbano semi-inconsciente de tanto tomar Stars and Stripes do Capitão América.

Ficamos algum tempo sentados num banco em frente ao brinquedo, olhando os outros trouxas. Dava pena do desavisado que sentava na frente do carrinho. Num dado momento, um dos carrinhos que serpenteava pelos trilhos não teve energia cinética suficiente para cobrir uma pequna elevação; parou, voltou, gangorreou um pouco e parou nos trilhos no meio do percurso. Confusas, as pessoas não reagiam, atônitas, até alguém reparar que vinha outro carrinho, a poucos segundos de se chocar com o deles!

Ocupantes: O que a gente faz? O que a gente faz?
Operador: PULA!

E assim eles fizeram! O outro carrinho, imediatamente depois, se chocou com o carrinho parado. No impacto, o pobre ocupante da frente foi ejaculado como um anão australiano, acabando por aterrisar no carrinho que obstruía o caminho. Os outros apenas se enrolaram uns sobre os outros, por efeito do choque. Até hoje não sei como ninguém se machucou nesse episódio.

I've seen enough! Vamos embora! Saindo do evento, algumas confusões espalhadas nos deixaram apreensivos, e apressadamente nos dirigimos de volta à civilização. Depois de já estarmos de volta à casa do Renato, não pudemos deixar de notar algumas pessoas correndo em franco desespero sob o soar de revólveres, e de agradecer nossa maravilhosa noção de timing...

Esse é só o meu depoimento sobre o pesadelo do Inferno Quente. Todo santista tem sua história. Todo santista já viu o horror de perto...

O horror... o horror... O HORROR!!!!

domingo, 18 de maio de 2008

Balada em Castanhal

"Não vai tocar brega nem funk, é só psy, dance, techno... vai ser legal"
Foi com essas palavras que minha irmã me convenceu a ir com ela e a turma dela numa balada que ia rolar naquela noite. Acho que eu tive um lapso, sei lá... Minha inteligência já me traiu algumas vezes, eu estava tão entediado e solitário naquele dia que...

Come to think of it, eu nunca cheguei a explicar como funcionam os conflitos na minha cabeça, né? Sabe aquele lance do anjinho e do diabinho discutindo? Comigo é quase isso, mas funciona pra tudo, não só pra bem e mal.
De um lado está o Capitão América. Ele que me instrui a agir com ética e sabedoria. Ele representa tudo o que eu tenho de bom, justo, honesto e inteligente, ou seja: quando eu faço o bem a alguém, ou tomo uma atitude correta, é porque o Capitão venceu.
Do outro, porém, está o Samurai Urbano. Ele representa tudo o que eu tenho de podre, maligno e estúpido, ou seja: sempre que eu prejudico alguém ou faço merda, é porque o Samurai ludibriou o Capitão (porque vencer, ele não vence) e me instigou a tomar a atitude errada.
Com isso esclarecido, prossigamos com meu relato.

Capitão América: Não sei não, Loner... Uma balada numa cidade do interior do Pará não me parece bom negócio. É melhor você ficar em casa jogando Breath of Fire!
Samurai Urbano: Ah cara, ir em balada é muito coisa de BRANCO! Cê tem que ir nessa balada, que você vai pegar todas as minas e dançar, e todo mundo vai achar RULEANTE! Vai ser SHIROI! SHIROI! *batendo na perna*
Capitão: Loner, pensa bem! Todas as minas vão ser feias! Além disso, você viu algum lugar onde pudesse ter uma balada legal nessa cidade? O ambiente vai ser horrível!
Samurai: *fingindo voz nostálgica* A Spirit of London também foi num lugar terrível, aquele sambódromo... mas foi mó legal, né? Tava o Femow, o Syber, a gente conheceu o Spider... e a música tava excelente, lembra?
Capitão: *olhando melancolicamente para o céu* É, né? Puxa, aquela noite foi tão engraçada... Lembra aquela hora que...
Samurai: *sorri, erguendo a espada* Vamos lá, Loner! Vai ser shiroizíssimo! Shiroi!

Com o Capitão América entorpecido pela solidão, o esguio Samurai Urbano me convenceu a tomar a decisão errada. E naquela noite eu, minha irmã e a vizinha (uma mina chata que nem a minha irmã) fomos até a praça Estrela encontrar a turma dela pra irmos pra balada.
A praça da Estrela é um antro de desgraça. Na praça em si roda todo tipo de gente estranha. No estacionamento da praça ficam toda sorte de manés. Uma cambada de boyzinho sem graça abre seus porta-malas com sons gargantuais, e tocam... BREGA! E em volta fica uma cambada de pé-rapado, curtindo o som dos caras, que ficam se achando. 9 em cada 10 dessas minas são feias, e 8 em cada 10 caras querem arrumar briga.
Ao redor da praça, fica todo tipo de bar de bosta. Umas tranqueiras que tocam som péssimo altíssimo (única exceção é um bar que toca um rock maneiro) que impedem a gente de conversar, e superfaturam os produtos (apesar das cervejas custarem 3 reais, isso por aqui é superfaturar xD). Sentamos num bar nojento tocando um reggae horrível, e começamos a conversar.
Os amigos da minha irmã acabaram por se revelar caras legais. Um deles, Cledson, também veio de Santos, e morava pertinho de casa! E ficamos lá, a conversar, naquele lugar horrível. Uma hora precisei ir ao banheiro. Ao entrar, o cheiro fétido daquele lugar sem luz invadiu minhas narinas, e meus pés pisotearam o chão inundado. Eu sou um homem feliz por acreditar piamente que naquele chão só tinha água.

Mas chegou o momento derradeiro: a balada. Chegando no lugar, eu já estava me arrependendo. Era tipo um buffet de festa. Entrando, eu me senti num jogo de RPG medieval: algumas princesinhas espalhadas entre camponeses e dragões. Mas isso não foi o pior; o pior foi o funk pancadão tocando! Porra, essa não era uma festa sem funk e brega?!?!
Olhando em volta, eu comecei a me divertir, pois ver pessoas dançando funk sempre me diverte. Acendi um cigarro e me apoiei na parede, só admirando a paisagem. Uma hora, como era de se esperar, começou a tocar a Dança do Créu. Poucas coisas nesse mundo são tão hilárias quanto um salão repleto de pessoas dançando o créu. Quando chega na velocidade 5, então, eu até me dobro de rir, sendo impossível conter as gargalhadas.
Já quase indo embora, começa a tocar um psy maneiro. Daí eu fiquei lá curtindo, e logo comecei a dançar. Fiquei lá uma hora inteira, e até que me diverti bastante. Cansei e fiz uma pausa pra tomar uma cerveja. Assisti algumas brigas se desencadeando e, a custo, sendo contidas.
Num dado momento, tocou uma música cujo refrão era:

My dream is to fly
Over the rainbow, so high

O DJ achou que ia ser maneiro cortar a música, e deixar as pessoas cantarem o refrão, já que é uma música muito conhecida... entende o que eu quero dizer? Porém, acompanhe meu raciocínio: já no sudeste, só uma parcela não muito grande da população fala inglês. No Pará, é menos gente ainda. Que dirá numa cidadezinha do interior? Pois é... entenderam onde quero chegar? Um salão cheio de gente balbuciando fonemas que lembravam a música xD

Quando eu já tava me preparando para voltar pra festa, começa a tocar brega. E foi aí que eu vi uma das coisas mais engraçadas que já vi na minha vida: pessoas dançando brega.
Funciona assim: assume-se posição de dança. Então o homem gira a mulher, aquele passinho clássico de dança. Então a mulher gira o homem. Aí o homem gira a mulher de novo. Aí a mulher gira o homem de novo. E ficam assim, revezando-se em girar o outro infinitamente! Quando eu me dei conta de que aquilo era dançar brega, comecei a rir ainda mais do que vendo a dança do Créu velocidade 5. After further research, eu atestei que, de fato, é assim que se dança brega.
Aquilo, pra mim, foi demais. Peguei minhas coisas, fui embora, não queria mais voltar. E voltei pra casa, que ficava uns 10 minutos de caminhada. Enquanto caminhava:

Capitão América: Cheer up, soldier! Você tomou umas cervejas, dançou, conheceu gente legal. Nem de longe foi uma noite perdida!
Samurai Urbano: É, mas não é a mesma coisa sem os amigos. O legal dessas baladas mesmo é ir com a turma e zuar, aqui assim não é tão bom.
Capitão: Dá licença, cara? Estou tentando levantar a moral do soldado, a noite até que foi muito boa!
Samurai: Ah, você também gostou? Ruleante! Então por que a gente não vai numa festa que vai ter na...
Capitão: FINAL JUSTICE!!!!!!!!

Cheguei em casa de muito bom humor e tratei logo de ir dormir, fazendo o máximo para me lembrar bem dessa noite e depois escrever para a posteridade sobre por que não devemos ir a baladas no interior do Pará.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

The Midnight Carnival

Hoje eu ia postar um texto que já vinha preparando desde algum tempo atrás, mas acontecimentos da noite passada fizeram-me mudar de idéia.

Ontem, após uma divertida festa, voltei para casa. Ao entrar em meu quarto, já me deparei com o primeiro sinal da noite que viria: uma grande barata na porta. Bom, pensei eu, elas foram erradicadas, mas ainda aparece alguma vez por outra. Soquei-a* e joguei seu cadáver no lixo.

* Graças à extensamente treinadas skills em masculinidade, eu sou capaz de alguns feitos de alto nível como matar baratas com a mão, ratos com pisadas, tirar cera do ouvido em público e peidar alto sem ficar vermelho.

Depois de assistir Carga Explosiva, um filme maneiro onde um careca invocado soca muita gente e explode muitas coisas em perseguições em alta velocidade, eu estava me preparando para ir dormir, mas preferi acomodar-me na poltrona da sala e continuar a ler O Mistério de Sittaford. Matei alguns mosquitos que me rondavam, mas nada excepcional. Então resolvi tomar um banho antes de prosseguir com minha leitura. Chovia. Ao entrar no banheiro, vi alguns mosquitos que eram verdadeiros Boinas Verdes of their kind. Habilmente abati os seis com uma série de Hundred-Hand Slaps que deixariam o E. Honda de queixo caído e prossegui ao meu banho. Matei mais uns três durante o banho, e nesse ponto eu já estava estranhando a quantidade anormal de mosquitos tão grandes.

Prosseguindo com minha leitura, já era quase duas da manhã quando me bateu vontade de tomar um leite, e assim prossegui para a cozinha. A batalha de Falkirk foi um incidente pequeno perto do genocídio que se seguiria!

Enquanto apanhava o leite na geladeira, eu percebi o quanto a MiB está ficando relapsa, pois A MAIOR BARATA DO MUNDO passou correndo, com o Bernardinho em seu encalço. Bom, sabem como o Piccolo era o cara mau do Dragon Ball, mas quando foi brigar com os saiyajins ficou amigo do Goku e eventualmente virou bonzinho? Pois "O Mal Que Assola O Universo" passou para o lado da justiça e lutou lado a lado conosco nessa batalha, bem como o tem feito já há algum tempo. Sendo assim, agora refiro-me à ele por seu nome canino, e não como a encarnação do Mal.

Anyways, Bernardinho pegou a barata alienígena gigante, e outra passou correndo, buscando refúgio, mas encontrou somente meu pé. Olhei para o corredor e vi formigas gigantescas coletando a carcaça de uma barata morta anteriormente, atrás de recursos frescos, enquanto mosquitos gargantuais sobrevoavam a cozinha com lentidão, tão grandes eram. Meu irmão foi à cozinha, com ar aborrecido, e eu presumi que o tivesse acordado com minha luta com os aliens. Ele, porém, vinha lutar ao meu lado, pois já havia sido gravemente ferido pelos imensos mosquitos. Havia começado! Cansados da minha selvageria para com sua espécie, os insetos se uniram contra mim, num ataque conjunto à casa. Só não esperavam que eu estivesse acordado, e a batalha se desencadeou!

No quarto, meu irmão golpeava as nuvens de mosquitos (sim, nuvens!). Habilidoso como eu, mas inexperiente, eu o eduquei na hora na arte da erradicação de atrópodes.

Loner: "Pegue as fêmeas primeiro, elas que picam. Os machos não são prioridade"
Bizarro: "Como vou saber qual é qual?"
Capturei um mosquito fêmea que passou perto com minha mão direita e, abrindo minha mão, agora ensangüentada, expliquei:
Loner: "As fêmeas fazem isso. Logo você aprende a diferenciar"

Voltando à cozinha, deparei-me com o Bernardinho numa batalha épica. Ele encurralara uma aranha do tamanho da minha mão, mas não parecia capaz de vencê-la. Taking matters into his own hands, meu irmão esmagou o aracnídeo com um tênis. Vendo seu mestre esmagado, era hora dos aracnídeos decidirem a quem deviam lealdade: aos humanos ou aos atrópodes. Elas fizeram sua escolha, e ocupadamente aranhas teciam suas teias e capturavam quantos mosquitos e formigas lhes fossem possível.

Meanwhile, eu continuava minha luta contra os mosquitos e formigas, que era excepcionalmente numerosos. Meu irmão me acompanhava, e teve excelente performance. Matei um imenso msoquito escondido atrás da cama do meu irmão, só esperando o momento de dar-lhe um Stealth Kill enquanto dormia. As formigas foram derrubadas com auxílio de isqueiros. Bernardinho investiu contra um grupo de formigas gigantes que coletavam mais uma barata e saiu ferido, porém vitorioso. Em alguns minutos, a batalha acabou.

Números da batalha:
Quase uma centena de formigas carbonizadas, esmagadas e afogadas.
Cerca de 80 mosquitos esmagados. Os outros fugiram quando ligamos o Raid na tomada.
14 baratas trucidadas com socos, pisadas e mordidas do cão.
Aranha gigante detonada pelo All-Star preto do meu irmão.

Agora eu duvido que eles façam outra investida dessas. Já devem ter entendido o quão poderoso eu sou em relação à eles, ainda mais com ajuda dos poderes do meu irmão e da encarnação do Mal.

Hoje eu quase não vi mosquitos em casa =)

Notícias random do Pará:
Meu avô doido capotou o carro na estrada. Ainda bem que ele e meu pai saíram ilesos, só meio assustados.
Belém finalmente parou de alagar.
Finalmente fiz alguns amigos aqui. Jogamos War todo sábado à noite
As escolas finalmente saíram de greve, mas agora tá rolando Rival Schools aqui no Pará! Kaeru basho sae...
Bom... that's it. Até mais! =D