segunda-feira, 31 de março de 2008

Fatos engraçados sobre o Pará

Estou aqui no Pará faz somente 5 dias, ainda assim já reparei em diversas coisas peculiares e bastante engraçadas sobre a região, such as:

1- O Pará não é necessariamente ruim, ou pobre, ou whatever. De fato, o clima não é tão quente assim (não mais que Santos, that is) e a qualidade de vida é até bastante razoável, mesmo para a camada mais pobre. Aqui é, mais precisamente, atrasado. Você anda pelas ruas da cidade com parca sinalização, quase nenhum prédio, calçadas menosprezadas, ruas mais distantes do centro sem asfalto, e pensa: imagine uma cidade do Sudeste no fim dos anos 70/começo dos 80; é exatamente como as cidades do Pará são agora. Essa atmosfera retrógrada é realçada por aspectos como:
a) A proeminência automobilística: ter um carro já é sinal de status em qualquer lugar, mas aqui isso é elevado ao extremo. É como se eles fossem a novidade do momento, aqui. E nem precisa ser um carro bom, não. De fato, pode até ser muito ruim que ninguém lê: basta ter um som, que aparentemente é mais novidade ainda que os carros. Um Uno com um som Pioneer é mais bem visto que uma BMW sem som por aqui. Daí todos os motoristas abrem seus porta-malas com sons enormes tocando brega ou calipso (ver item 2) e faturam todas as piriguetes no pedaço. Quanto maior o seu som, menor seu pinto precisa ser. Com o aparelho de som correto, até um eunuco come a mulher do prefeito.
b) As coisas aqui tem horários de funcionamento bem diferentes... antes das dez da manhã você só acha padarias abertas (e só algumas), e do meio-dia às duas TUDO fecha pro almoço. Com toda a concorrência capitalista do sudeste, com coisas abertas 24hs, foi engraçado para mim me adaptar à esse sistema novo.
c) As LAN Houses são como oásis do século 21. São as únicas coisas que exibem qualquer avanço tecnológico, não fecham, têm ar condicionado, etc... São iguais às LAN Houses ruins do sudeste.
d) Ainda sobre carros, as leis de trânsito parecem que ainda não foram inventadas por aqui. Não existem agentes da CET nem dispositivos diversos para fiscalizar o cumprimento de supostas leis de trânsito. Limites de velocidade não extistem (eu e meu tio viemos de Belém à 220Km/h ontem), semáforos são ignorados, motociclistas não usam capacete, e todas as ruas parecem ser mão dupla; é como estar jogando GTA 24 horas por dia. Mas tudo isso é irrelevante pelo trânsito ser leve e esparso, com poucos carros circulando pelas ruas.

2- Até ontem eu achava que só existia um grupo de calipso no Pará chamado Superpop que fazia um puta sucesso. Porém, after further research, descobri que Superpop é na verdade alguma espécie de dispositivo/aparelho de som/multimídia usado por todos os grupos em shows de calipso, sobre o qual eles adoram ficar falando e cantando várias estrofes (mesmo no rádio). Ainda assim, isso não explica o fato de todos os grupos (que eu calculo serem uns dez mais famosos, ou sei lá) serem quase idênticos. Todos têm batidas iguais, efeitos iguais, cantoras com voz aguda de cantora de anime IDÊNTICAS, e originalidade nula. 8 em cada 10 são versões em calipso (traduzidas para o português, se for o caso) de músicas famosas como Umbrella e -I shit you not- Razões e Emoções. Apesar de agora saber da existência de diversos grupos, eu ainda não sei seus nomes, tampouco sei diferenciá-los.

3- As mulheres são, em geral, feias, com gloriosas exceções. Os homens, however, são ainda mais feios, e muito mais numerosos. Com um pouquinho mais de tempo eu conseguirei descobrir onde as bonitas se escondem (elas existem que eu já vi, mas tem mêdo de sair de casa... and seriously, can you blame them?) e tentarei jogar meu charme de paulista.

4- A população japonesa de Castanhal é um caso à parte de comédia: eles são numerosos, uma porcentagem significativa da população, e você pode vê-los em seus estabelecimentos comerciais e em festas... ainda assim, eles aparentam possuir um medo mortal das ruas (ver item 3) e você pode passar horas vagando pela cidade sem ver um único japonês. A maior parte dos japoneses podem ser encontrados em LAN Houses (ver item 1-c), o que me leva a crer que as garotas bonitas se escondem em LAN Houses cidade afora (ver item 3), pois a maior parte delas são japonesas. As que não são, devem andar junto com elas.

5- Todo mundo aqui é piloto. Você não vê um único carro na rua que não faça curvas em alta velocidade, dê cavalos-de-pau ou coisa do tipo. (vide item 1-a)

6- Aqui vou ter que aprender a ser macho na marra, ou ter uma vida social bem restrita. Castanhalenses acham que uma boa festa só é completa com umas porradas. =P

7- Ainda não achei uma farmácia que venda Olla. Ainda bem que não planejo fazer sexo tão cedo, do contrário estaria em maus lençóis.

Bom, acho que não tenho muito mais a dizer... continuarei atualizando isso aqui com o tempo
Abraços para todos =)

sexta-feira, 28 de março de 2008

One HELL of a trip

Pois é, gente... tanto falei, tanto prometi... alguns até duvidaram... mas o dia chegou. Mudei-me para o Pará, e daqui que agora vos escrevo. And I'll tell ya, que viagem! Eu jurei pra mim mesmo que escreveria aqui sobre ela na primeira oportunidade que tivesse, e aqui vou eu.

Prólogo - I had it comin'

Estava eu tranquilamente sonhando em minha confortável caminha, quando sou despertado por uma mãe quase histérica: "Acorda! Acorda que você vai pro Pará hoje!" Eu pensei "Mas hein?!?!"
Alright, then... recobrado do choque, comecei a fazer perguntas, mas todas provaram-se em vão, uma vez que a viagem não poderia ser adiada nem coisa alguma, eu tinha é que saltar da cama na hora e correr pra São Paulo. Uma vez em São Paulo, comprei um livro novo (e grosso) pra viagem, carreguei um MP3 Player com músicas legais, e embarquei o Itapemirim sentido Belém - PA, onde essas crônicas se iniciam.

Dia 1 - Terreno familiar

O primeiro dia foi bastante tranquilo e sem nenhum grande destaque. Eu já havia feito viagens longas antes, então não foi nada excepcional passar algum tempo no ônibus, fazendo paradas e passando por cidades familiares... except that, dessa vez, eu me via passando por cidades onde moravam amigos e sentia muita vontade de vê-los antes de partir... como por exemplo, queria ver o Yama quando passei em Limeira, ou o Cesar quando passei em Jundiaí... pena que não pude avisar ninguém que estava indo embora...
Começaram a passar um filme à noite... mas como a peãozada é foda, botaram dublado, arrancando todo meu interesse em assistí-lo. Resolvi ficar ouvindo música quando percebi, tristemente, que uns 70% das músicas que eu coloquei simplesmente não tocavam no MP3, que se resumia a informar "Bad Song!" ¬¬"
Segui viagem até Uberaba, em seguida adentrando Goiás... e é aí que a coisa começa a ficar interessante.

Dia 2 - Highway to hell

O dia começou ruim... afinal, é sempre um desafio pra mim dormir dentro do ônibus. Como pelo menos tinha um cobertor e um travesseiro, eu tinha um bônus de conforto, mas ainda foi uma tarefa desafiadora. Tentei diversas posições, buscando o máximo conforto. Algumas me doíam as costas; outras me doíam o pescoço; todas me doíam o orgulho. Acabei optando por uma posição bizarra com as pernas cruzadas pro alto apoiadas na janela, só vendo mesmo pra entender. BTW, eu tive sorte de ter sido uma das poucas pessoas no ônibus que teve dois lugares só para si. Sem isso, a viagem seria, de fato, infardável.
Bom, daí vocês conhecem a mistura: ar condicionado, ambiente fechado...minha rinite chegou dando pirulito do Dhalsim, rendendo-me nariz irritado e espirros o dia todo. De lambuja, uma dor de garganta que persiste até o momento. Como vocês devem imaginar, eu não estava com um pingo de bom humor nesse dia.
Acordei com uma parada do ônibus num puta botequinho cabeça-de-porco, no Goiás. Mas deu pra tomar um cafezinho maroto e seguir adiante com a viagem. Um cara com o fêmur quebrado do meu lado não parava de tentar puxar papo sobre mitologia grega, mas aparentemente ele só conhecia o episódio de Tróia, então uma hora encheu o saco falar com ele. Sendo assim, me afundei no meu livro e passei a ignorá-lo o tanto quanto possível.
Com um pouco mais de viagem, o motorista colocou mais um filme para assistirmos. The War. Não sei o título em português, pois a besta colocou um filme que, além de ser chato pra caralho, so tinha legendas e idioma em inglês e japonês! Não satisfeito com isso, ele deixou o filme rodando em japonês! xDDD
Eu olhava a paisagem lá fora e não via nada... me perguntava se essa viagem acabaria bem.
Na hora do almoço nós paramos de repente num lugar tão cabeça-de-porco que eu me perguntei se aquilo era mesmo um restaurante. Tremenda pocilga, e a comida era uma bosta. Depois de comer eu fui ao banheiro e fui saudade com uma plaquinha acima do urinol. Feita de papelão e escrita em giz de cera, com os dizeres: "Pra você mijar". Adorável.
Lá fora, o céu tinha aspecto peculiar. As nuvens, de diferentes tamanhos e cores, contrastando também em distância, com o cenário ao fundo parecia uma pintura à óleo. Lindo mesmo.
Ainda mal humorado, continuei lendo e seguindo viagem. Estava ficando cada vez mais dolorido de ficar sentado o dia todo, e todas as paradas eu descia só pra ficar em pé um pouco.
A última parada em Goiás foi num lugar que, a princípio, eu pensei ser um posto de gasolina muito grande, com pequenos comércios ao redor. Mas não tardei em descobrir que aquilo era, actually, uma cidade! Oh shit, pensei, eu NUNCA tomaria isso por uma cidade! Numa placa acima de uma tendinha de camelô, havia um mapa do Goiás com a localização da cidade, e explicando ser uma das cidades mais importantes no norte do Goiás, e ponto turístico valioso. Ri OSSEANOS.
Ah, mas acham que isso foi ruim? Agora eu entrei no Tocantins! xDDDD
As paisagens amplas e vazias do Goiás deram lugar ao mato selvagem do Tocantins, com incontáveis pontos de queimada. O cine-busão agora resolvera passar os três episódios de Piratas do Caribe em sequência. Não importa em que momento eu olhasse pela janela; no Tocantins, as músicas aventurescas do Piratas no Caribe eram sempre adequadas xD
Como se fosse possível, o lugar onde paramos para jantar era ainda mais cabeça-de-porco que o do almoço. Prefiro nem comentar u.u"
Bônus: a cidade era cortada pelo Ribeirão Tranqueira. Sim, eu também pensei que tinha lido errado da primeira vez xD
Entrei no busão e tratei de logo dormir, pois já estava de saco cheio! Ainda bem que a rinite drena minhas energias, e eu não tardei a dormir. Tive um bônus ainda que o manco sentado ao meu lado foi embora, então tive quatro poltronas para me esticar e dormir confortavelmente.

Dia 3 - The final countdown

Acordei já na divisa com o Maranhão. Então paramos numa cidade logo no comecinho do Maranhão para tomar o café, e foi confortável. E tava tudo bem, até eu descobrir que a estrada tava parada pois uma chuva ontem derrubou parte da pista ¬¬"
Esperando clearance, fui tomar um banho. No banheiro havia uma placa à mão:

Pia: 0,50
Mijo: 0,50
Feze: 1,00
Banho: 2,00

Adorável.
Parado tanto tempo em Açailândia, acabei conversando um pouco mais com o pessoal que tava no busão comigo... e meio que fiz uma turminha. Daí juntos fomos tocar o puteiro com o pessoal da Itapemirim, cansados de esperar 3 horas pra voltar à viagem. Prosseguimos, então, e o congestionamento era vertiginoso x.x"
Eventualmente conseguimos passar pelo buraco (uma cratera do tamanho da cabeça do Petri) e seguimos viagem, parando na cidade seguinte para almoçar. Graças à um dos membros da minha turminha, não comi no restaurante onde o busão parou, mas sim numa casinha próxima, onde uma tia fez uma galinha caipira que me deixou bauduco.
O resto da viagem foi confortável... metade acabando de ler meu livro, metade conversando com os colegas... até eventualmente chegar em Castanhal, 52 horas depois de partir de São Paulo.

Epílogo - Newtunes
A cidade não é nada excepcional, mas é até agradável. Depois de jantar com o vô e minha mana, Albert me levou pra sair pela cidade e quase me meteu na maior cilada. Tudo bem ele ser barangueiro, mas levar duas e me deixar encalhado com uma é sacanagem! ò.ó
Ainda bem que ele teve de apanhar o Kim e levá-lo em casa, daí eu tratei de ficar em casa também xD
Aguardem mais notícias e, agora que eu tenho alguma vida ativa, talvez mais textos e mais engraçados.

terça-feira, 18 de março de 2008

Como eu agüentei mais de duas décadas disso?

Hoje eu fui com minha mãe despachar parte dos cachorros antes de nossa mudança, pois não poderemos levar a salsichada conosco pro Pará. A parte boa consiste no silêncio do qual eu desfruto nesse exato momento, pois se eu ouvisse o chororô do Insuportável mais um instante por querer pegar a Espoleta no cio, eu juro por Deus que vocês estariam à essa hora lendo meu último texto na seção de óbitos do jornal. I tell ya, a melhor parte dessa mudança será a INEXISTÊNCIA de salsichas on the premises! Eu já até estou perdendo a vontade de me mudar, já que os cães estão sumindo.

But I digress... alguém tinha que segurar os cães quicando no banco de trás. Ainda que eu de forma alguma me importe com algum deles saltando pela janela e desaparecendo into oblivion, muito me importa que alguém os impeça de saltar na minha cabeça, fazendo-me enrolar o pára-choque dianteiro numa palmeira. Hence, minha mãe se encarregou disso enquanto eu dirigia. Mas for fuck's sake, por que cargas d'água tínhamos que sair para isso às seis da tarde de um dia chuvoso?

In case you're simple, às seis da tarde é hora do rush. E chuva não contribui em nada para melhorar o trânsito. Na maioria das cidades é simplesmente porque todo mundo anda mais devagar e mais cautelosamente na chuva. Em Santos, however, o pensamento coletivo é o de que, se está chovendo, vamos todos pegar nossos carros para ir à padaria!

Daí lá vou eu com meu Gol pelas ruas inundadas, both por água e débil-mentais, me deslocando a uma média de impressionantes 10Km/h (I shit you not, eu levei uma hora para fazer menos de 5Km de ida mais a volta, contando com menos de 10 minutos parado no destino). Quem anda comigo já me ouviu reclamando de como os brasilienses dirigem mal (à excessão do meu amigo Hic, que é praticamente um Nigel Mansell). Well, eles são todos elenco de apoio do Velozes e Furiosos perto dos santistas, que são by far os piores motoristas do Brasil. Eu mesmo, por ser santista, tenho penalidade de -4 atrás do volante. Um retardado realmente parou o carro no meio de uma avenida muito movimentada querendo cruzá-la (ou seja, praticamente fechando um cruzamento movimentado) pra entrar num posto de gasolina, quase causando um engavetamento que infelizmente me incluiria. Devo lembrá-los que estamos na hora do rush? Caso você esteja curioso, os melhores motoristas do Brasil são os belo-horizontinos. É preciso ser um fucking piloto pra dirigir Unos numa cidade que não tem descidas nem cruzamentos coerentes.

Isso foi só um mero prólogo do que o texto trata hoje. Santos, e why the fuck você deve se manter longe daqui. For you see, pra começar que não queremos vocês por aqui. Não importa se você é santista ou não, você não é bem-vindo aqui. Santos é uma espécie de maquete neo-malthusiana ocidental. Alguns de vocês lendo isso podem jamais ter visitado Santos, e não fazem idéia do quão pequena a cidade é. Believe me, it is. Eu atravesso a cidade à pé em menos de uma hora facilmente. E por que Santos é tão pequena e tão cheia? Por que é uma ilha! Não é como se ela tivesse para onde crescer... uma hora acaba o espaço físico, tipo as barreiras do cenário do Sim City. No entanto, se Santos tivesse sido construída no Sim City - e eu digo construída por mim, não por alguém que actually saiba jogar o jogo - we'd be a lot better off. Veja bem, lembra que eu disse que ela era pequena? Pois é. Quando ela chegou à marca dos 400.000 habitantes, eu pensei comigo mesmo "Essa cidade está ficando populosa demais!" É com todo o pesar que eu digo que disse isso para o pai de minha última ex-namorada, durante uma discussão sobre política. Eu não fico com uma garota por mais de três meses há quase 5 anos.

So there you have it! Uma cidade que eu estimo ter chegado aos 600.000 habitantes se espremendo em míseros TRINTA E DOIS QUILÔMETROS QUADRADOS! That's right, you read it straight. 32Km². Isso é menor do que a maioria dos bairros de São Paulo, and yet, estamos socando gente aqui, tentando aproveitar cada cantinho. Só no meu bairro têm 5 prédios sendo construídos. A demanda por terreno e prédios maiores é tão grande que eles não estão só atrás de casas, estão realmente derrubando prédios menores para fazer prédios de 15, 20 andares.

Algum imbecil pode se ver tentado a me dizer "Puxa Loner, como você é retrógrado! Mais gente na sua cidade significa maior comércio, mais movimentação, uma vida melhor, mais agitada, mais próspera!" WRONG! First things first: Sabe quando você joga Sim City e coloca pra começar o jogo em 1950? Tudo corre bem até que por volta de 2013 você tem pontos de engarrafamento e trechos instransitáveis, que fazem o secretário ficar te alugando por melhores vias. Santos tá bem assim. Quando Saturnino de Brito construiu os canais e projetou a cidade, o automóvel era novidade, coisa de rico e poucas pessoas teriam. Quem precisa de amplas ruas para o trânsito fácil de algo que não existe? 100 anos depois, as ruas apertadas de Santos continuam apertadas, mas agora há uma média de UM CARRO A CADA DOIS HABITANTES na cidade. Calcule comigo: distribua 250.000 carros pelas ruas apertadas de uma cidade de 32Km². Que delícia é dirigir, não é mesmo?

Além disso, onde toda essa gente vai trabalhar? Arrumar um emprego já não é assim tão fácil. Eu, por exemplo, só tenho um diploma de inglês e do ensino médio, e ninguém está exatamente brigando pela minha imensa capacidade. Imagine quem tem menos referências, como por exemplo só o ensino fundamental? Fuck, meu camarada é formado em Medicina Veterinária e não arruma emprego de jeito nenhum! Uma amiga minha foi recentemente demitida sem qualquer razão. Não estou dizendo que é impossível arrumar emprego, mas pode ter certeza que vai ser uma bosta. Ninguém vai te pagar bem por algo que outra pessoa está disposta a fazer por menos. For instance, em Curitiba você pode cobrar até R$150 por página ao traduzir documentos em inglês. Em Santos, se você não cobrar menos de R$30, ninguém vai querer seu serviço.

Mais um exemplo de como Santos é definitivamente uma cidade de Sim City que não deveria ser salva, e sim apagada, com seu jogador sendo obrigado a desinstalar o jogo e, em seguida, empalado nu em praça pública, são os famosos prédios da orla da praia. Oh sim, a orla da praia. O cartão-postal da cidade com seus lindos jardins. Muitos empreiteiros sabidos pensaram "Vou ganhar milhões construindo prédios bem altos com vista para o mar e os lindos jardins" Cuzões! Graças à esses frankensteins arquitetônicos, a brisa marítima é bloqueada por um paredão de prédios. Como se isso não fosse o bastante, Beto Mansur (o prefeito filho-da-puta que mais colaborou com o processo de arruinar essa bela cidade 12 anos atrás) asfaltou TODAS as ruas da cidade. Aliando esses dois fatos, você às vezes tem adoráveis dias de verão fazendo abafados 44ºC. Mas esses problemas não são só a temperatura!

Santos foi construída sobre um pântano, e é aí que as coisas ficam piores. Os alagamentos aqui eram constantes, até Saturnino de Brito construir os canais para o escoamento da água pluvial. Tudo ia bem até o Beto Mansur impermeabilizar a cidade com asfalto como se fosse o sofá da vovó. Agora toda vez que cai suco no sofá, ele não absorve. A água fica toda alí, afogando os pobres habitantes. E lembra dos prédios da praia? Bem, os mesmos empreiteiros espertos quiseram lucrar mais, e aparentemente contrataram seus engenheiros na AACD, pra pagar mais barato e parecer que estão fazendo caridade. Os imbecis não levaram em consideração que construir em terreno pantanoso exige uma fundação muito mais complexa, e como resultado nós temos prédios que deixam a torre de Piza no chinelo.

Bom, pelo menos nós temos o turismo, né? Errado de novo. A menos que você goste de atrações sem-graça, praias sujas e parques que colocam a vida dos turistas em risco (eu juro por Deus que um dia escrevo um artigo sobre o Inverno Quente que vai fazer suas entranhas se dobrarem de rir). E as gatinhas na praia? Dude, wake up and smell the coffee! As minas gatas vão passar as tardes ensolaradas em Maresias, Paúba... as únicas garotas de maiô que você vai ver na rua são as velhas à caminho da hidroginástica (e acredite, se tem uma coisa que Santos tem mais do que carros, são velhos).

Ah, sei lá... isso aqui já tá muito grande e nem ficou muito engraçado, só muito revoltado. Acho que vou parar de escrever por aqui, mesmo...

E tem algumas pessoas que adoram Santos, tiveram the time of their lives aqui, e acham até estranho eu estar dizendo essas coisas. Pessoal, não é Santos que vocês amam: sou eu. Eu e meus amigos que escondemos os horrores dessa cidade e fizemos o máximo para entretê-los.

Forasteiro: "Loner, Santos é maravilhosa, adorei passar o fim-de-semana aí, me diverti muito!"
traduzindo...
Forasteiro: "Loner, você é dez! Adoro você! Venha pra cá, onde quer que eu more, pra gente se divertir muito, mas muito mais!"

Eu amo vocês também. E admitam: vai me dizer que vocês gostariam tanto de Santos sem nós, santistas especialmente selecionados para seu prazer?

sábado, 1 de março de 2008

Review: Rambo IV

No decorrer de minhas postagens, vocês aqui verão muitas análises de filmes, pois é algo que eu gosto muito de fazer. Alguns serão medianos, por puro tédio; outros serão péssimos, para nosso entretenimento; e alguns, como este sobre o qual escreverei agora, serão absolutamente excelentes, obras primas que merecem aplausos.

Ontem meus bons amigos me convidaram para ir à estréia de Rambo IV. Como há muito eu não ia no cinema e sou fã de filmes do gênero, prazerosamente aceitei o convite. E que filme! Eu sempre disse pra qualquer um que me perguntasse que "O Poderoso Chefão" era meu filme favorito para todo o sempre, mas ele acaba de ser destronado.

Antes de mais nada, abaixo segue uma imagem do filme enquadrado na minha planilha de excelência cinematográfica:
http://i156.photobucket.com/albums/t8/photoloner/RamboIV.jpg

1- Explosões:
Todo bom filme deve ter coisas explodindo, por mais simples. "O Paizão" ganha pontos pelo moleque estourando biribas perto do fim do filme. Bom, Rambo IV traz explosões a um patamar novo e inédito nos filmes. As pessoas explodindo realmente transformam-se em montes vermelhos disformes perante as câmeras, ao invés do padronizado "fogo, fumaça e vítima desaparecendo em meio aos dois". Uma determinada parte do filme é descrita pelos viewers a seguir:

Setz: Cara, o Rambo tá sozinho no mato com uma mina terrestre, uma faca, uma cordinha e um trapo!
Loner: Nas mãos do McGyver isso viraria uma máquina do tempo. Nas mãos do Rambo,
vira genocídio.

A cena que se segue não pode ser fielmente descrita. Assistam. Fica aí o suspense; fica aí a dica.

2- Mortes calculáveis em dúzias:
Dá pra contar em dúzias a quantidade de mortos nesse filme... nos primeiros 30 minutos. Depois disso já dá pra calcular em centenas, e eu não estou sendo hiperbólico.

Gody:
Teve uma hora que morreu tanta gente ao mesmo tempo que deu lag no filme.
(Gody se referia à cena descrita no tópico sobre explosões)

3- Perseguições em alta velocidade:

Não tem. Mas quem precisa de perseguições em alta velocidade se você pode ver o Rambo transformando um homem em carne moída com uma metralhadora .50 à queima-roupa?

4- Um careca invocado:
Bom, ele não é nenhum Jason Statham, mas ainda assim o filme conta com um careca invocado estaile, que sai xingando um bocado e matando tudo que se mexe. E pra completar, tem sotaque irlandês, o que deixa qualquer um com bônus +4 em invocado. Se esse não fosse um filme do Rambo, ele seria meu personagem favorito.

5- Alívio cômico politicamente incorreto:
A parte que o general birmanês chama o menininho de menos de 10 anos pra cabaninha com aquela cara de safado, e o moleque com aquela cara de criança de comercial de abuso infantil... o cinema inteiro riu e gritou. Mas o general serviu seu propósito: ao lado do Rambo, protagonizou a cena mais sangue nus zóio da história do cinema. Quer saber qual é? Veja o filme, douchebag!

Dre:
Rá, imagina o molequinho falando: "Tá vendo aquele alí? O da patente? Tou comendo" (risos)

6- Nudez (des)necessária:
Bom, o parênteses meramente simboliza que toda nudez feminina é necessária. Se você vê uma mulher nua e seus olhos doem não é nudez feminina, é a Dercy Gonçalves. Embora seja tão breve e tão pouco significativo, ainda assim mostra a preocupação do diretor em brevemente preencher um aspecto tão necessário à qualquer filme.

7- Trilha sonora de hard rock:
Eu gosto muito da trilha sonora dos filmes do Adam Sandler, por exemplo, que conta com clássicos dos Scorpions, Van Halen, Guns 'n Roses, e por aí vai. Eu não faço idéia da trilha sonora do Rambo IV. Talvez tenha tocado alguma coisa, mas ficou totalmente inaudível sob o barulho de bombas, metralhadoras e gritos de dor. Não minha favorita, mas uma excelente trilha sonora.

8- Kevin Spacey:
Uma pena... ele ficaria bem no papel do abraçador de árvores que se arrepende de ser uma bichona e mata um birmano a pedradas. Oh well, não se pode ter de tudo.

9- Golpes de luta-livre:
Bom, por mais que fosse legal ver o Rambo dar um German Suplex nos soldados da Birmânia, foi mais legal vê-lo operando o apêndice de um deles sem anestesia nem permissão.

10- Festas cheias de palhaçada:
A festa dos soldados nem pode ser configurada como uma festa, já que o Rambo chega pra estragar tudo. E ainda por cima faltariam cervejas, música, e um nerd sendo zuado.

11- Os animais não falam:
Isso poderia até contar com o elenco animal do Dr. Dollitle que não faria diferença. Todos os animais estão ocupados demais sendo explodidos para soltar piadinhas sem-graça.

12- As crianças não falam:
As poucas crianças nunca fazem nada, o que é uma maravilha. Odeio ator mirim! Todas as crianças deveriam ser interpretadas por adultos engraçados, que nem no Chaves. Que bom que neste filme as crianças ficam caladas. De fato, todos ficam bem calados, principalmente o Rambo. Nós achamos que o Rambo tem menos falas nesse filme que o Schwarzenegger tem no primeiro Exterminador do Futuro.

Como comentários finais, gostaria de deixar registrado como esse filme é totalmente excelente e vale cada segundo. Uma obra prima que merecia um Oscar de 3,5m de altura por "Melhor filme de todos os tempos". Ele só não concorreu ao Oscar de melhor filme, ator, roteiro, whatever porque ia tirar toda a graça do Oscar de ficar se perguntando "Quem vai ganhar?" É ululante que Rambo IV ganharia em todas as categorias. Os executivos do Oscar explicaram isso delicadamente ao Stallone, presenteando-lhe com ouro, incenso e mirra enquanto Jessica Alba lhe fazia uma felação.

By the way, um aviso. Se você gosta de Sessão da Tarde, Joel Schumacker, Greenpeace, hippies ou filmes estrelados pelo Hugh Grant, não leia este review. Oops, too late xDDDDDDD