quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Survival Horror Parte 1/6 - Dino Crisis

Quando anunciaram Dino Crisis eu já tinha destrinchado Resident Evil 1 e 2, Alone in The Dark 1, 2 e 3, jogado D, Nightmare Creatures (thnx por lembrar-me, Loupee) e mais alguns outros; ou seja, já era fã de carteirinha de survival horror. Eu pensei "Pow, irado! Resident Evil com dinossauros! Deve ser um Resident com mais ação, mais tiros, sei lá... show, quero ver!" Ah, como eu estava enganado... e que bom que eu estava!
Dino Crisis foi um jogo que conseguiu ser tudo que Resident Evil 1 queria ser, e ainda melhor. Como, eu explicarei agora.
O agente Tom se infiltra numa base secreta atrás de sei lá o que, e no curso de suas investigações descobre o Dr. Edward Kirk, dado como morto após um acidente no laboratório em que pesquisava 3ª Energia, uma forma de energia limpa e eficiente. A agência de Tom então decide enviar um grupo de extração para repatriar o Dr. Kirk e confiscar sua pesquisa. Nessa equipe estão: o líder Gail, soldado renomado; Rick, especialista em eletrônica e tecnologia; Cooper, oficial de comunicações; e Regina, oficial novata.
Jogando como Regina, você chega à ilha, adentra as instalações secretas, e não demora para descobrir que o lugar está infestado de dinossauros, vindos sei lá de onde! E agora? O jeito é cumprir sua missão e dar o fora de lá antes que vire comida de dinossauro.
Aí que vem o grande diferencial, o ponto onde eu havia me enganado. De ação, (entenda "ação" por tiroteio, acrobacias e pancadaria) Dino Crisis não tem quase nada. Em quase todos os jogos do gênero, você começa com uma arma que dá conta de todos os inimigos, e quando aparecem mais fortes, você também tem armas mais fortes... mas não aqui! Você começa com uma simples pistola, e um único velociraptor que você tente matar com essa porcaria vai te jantar sem dificuldades. Depois você pega uma espingarda. "Ah, agora eu vou acabar com eles!", você pensa. NOT! A munição é escassa e os inimigos são abundantes. Fique LONGE dos dinossauros, você NÃO é páreo pra eles! Sua melhor arma em Dino Crisis são sua esperteza e suas pernas. Nesse jogo, você realmente tem recursos pequenos num abiente muito hostil e misterioso, e com muito medo de morrer x.x"
A maior dificuldade do jogo está nos puzzles. Antes dos tempos filhadaputa dos Silent Hill de PS2, Dino Crisis figurava os puzzles mais desgraçados de Survival Horror. Os arquivos que você lê não ficam guardados, você tem que memorizar. Algumas coisas exigem que você tenha que simplesmente adivinhar algo, ou dar sorte de esbarrar em alguma pista. A senha da última chave DDK me deixou matutando por vários minutos!
Jogabilidade ótima, personagens bacanas, enredo interessante, e grande estímulo à inteligência, criatividade e raciocínio tornam esse jogo obrigatório para fãs de Survival Horror, e uma das melhores opções para quem quer conhecer o gênero.

Mas aí a Capcom resolveu lançar Dino Crisis 2... hahahahahaha.
Não, sério, sem maldade, Dino Crisis 2 não é ruim... mas é OUTRO jogo. Pega tudo o que eu falei do Dino Crisis e inverte, encara o espelho, e você terá Dino Crisis 2. Ação desenfreada e descerebrada, puzzles ridículos e enredo pra lá de falho.
A máquina de 3ª Energia do Dr. Kirk ficou bem mais atraente como máquina do tempo do que fonte de energia limpa, e eles resolveram pesquisar isso mais a fundo. De repente, PUF! O laboratório desaparece num vortex temporal. Uma equipe de ações especiais é mandada de volta no tempo para o resgate. Por coincidência, o vortex levou os cientistas para - you guessed it - "era jurássica", onde dinossauros de todos os continentes e espécies convivem, realizando massacres (tá, não vou pesar nessa parte do enredo, eles depois explicam isso... com uma explicação ainda pior u.u"). Logo que chegam, a equipe é massacrada por velociraptors, e os únicos sobreviventes são Dylan, da equipe especial, e ela, Regina, cachorra velha quando o negócio é atirar em répteis.
Daí você começa o jogo com o Dylan, e já vê imediatamente a diferença: começa com um facão e uma espingarda com 100 balas. Entre na primeira porta para ser atacado por uma paulada de velociraptors. Mate-os, e mais virão. Saia da sala e reentre, e eles voltarão. Mate-os, e receba pontos para trocar por equipamentos, armas e munição. Use-os para matar mais. E por aí vai, ação desenfreada, a ponto de você poder fazer combos de matar mais de 20 dinossauros em seqüência!
Os puzzles... nem merecem ser mencionados. Se você consegue fazer o jogo da forca do programa Fantasia, da Carla Peres, está mais do que qualificado a resolvê-los.
Enfim, de survival horror o jogo não tem nada. Mas pra quem quer sentir o prazer de descarregar tiros de um rifle antitanque no ventre de um alossauro, go ahead e curta a carnificina!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Survival Horror - Introdução

Hoje começo uma série de textos falando de um gênero de jogo que marcou, e faz parte da minha vida até hoje: Survival Horror.
A premissa do jogo é simples e abrangente: você é uma pessoa com poucos recursos num ambiente hostil e desconhecido, com objetivos que variam de jogo para jogo, mas uma mesma necessidade: sobreviver.
Muitos jogos podem ser enquadrados nesse gênero, e muitos tornaram-se célebres, pela própria natureza do gênero prever normalmente a produção de jogos emocionantes, história bem trabalhada e, quase sempre, gráficos de primeira grandeza.
Depois do grande sucesso das primeiras edições, e a quase certeza de boas vendas do gênero, muitos jogos com essa temática começaram a pipocar no mercado. Eu acabaria levando MESES para falar só dos que já joguei, então ater-me-ei a comentar e resenhar apenas as franquias que mais me agradaram, que já formam um número respeitável.

Resident Evil: Sem dúvida a mais bem sucedida, com versão para um grande número de consoles. A conhecida fórmula de zumbis contra policiais, um bocado de tiroteio e um bocado de quebra-cucas.
Dino Crisis: O nome já diz tudo: dinossauros resolvem dar o ar da graça no lugar mais improvável, trazendo muita dor de cabeça para uma equipe de operações especiais.
Silent Hill: Muito mistério, magia negra, infindáveis tragédias e alguns dos quebra-cabeças mais difíceis da história dos games fazem a franquia da cidade maldita memorável por gerações.
Clock Tower: Enredo fraco, ação lenta, e estrelando um assassino pra lá de ridículo, mas a tensão atingindo níveis estratosféricos deixará você suando enquanto joga.
Galerians: Psicoses, ciência, mistério e carnificina, com enredo sólido e jogabilidade falha.
Alone in the Dark: Vanguardista do gênero, merece ser lembrado mais por ser o primeiro do que por realmente ser bom.

Hoje fica só essa introdução. Vou postar, talvez todo dia, talvez não, mas postarei todos. Ao final, postarei um pequeno bônus. Tchau, fui.