segunda-feira, 29 de março de 2010

Critico mesmo!

Uma vez estávamos eu e alguns amigos a discutir literatura. Eu tenho uma relação de amor e ódio com discussões artísticas. Por mais que eu as adore, especialmente literatura e cinema, eu tenho um sério problema: não tenho o menor interesse em ouvir falarem sobre coisas que não conheço (como livros que não li e bandas que nunca ouvi) e detesto discutir com gente que não gosta do que eu gosto. Como na maioria dessas discussões acabam pipocando coisas que eu não conheço ou não gosto, tenho momentos de grande desgosto durante essas discussões. Não é como se eu não estivesse disposto a abrir minha mente e aceitar os pontos de vista dos outros. É que eu acho que gosto é que nem cu: alguns deixam a merda sair, e outros deixam a porra entrar. Quando se fala de arte, não tem nada que você possa dizer que convença uma pessoa a mudar de gosto... se ela mudar, será por si mesma. Sem contar que a maioria das pessoas que discute arte (incluindo eu) acabam por diversas vezes caindo na babaquice de posarem como intelectuais e manjadores, e aí o papo fica um saco.

Mas estou divagando, nem era esse o assunto do texto. Estávamos discutindo literatura quando alguém soltou o Paulo Coelho na roda. Não era falando bem, claro. Ninguém nunca fez a cagada de falar bem do Paulo Coelho na minha frente... Eu comecei a sentar a naba no infame escritor, as usual, quando uma garota resolveu defendê-lo. Não que ela gostasse dele - foi só pra me contrariar, mesmo - e aí eu me empolguei. Papo vai, papo vem, ela vira e fala "Você faz melhor?"

AH NÃO! Você NÃO me lançou o "Você faz melhor?", mina! Diz que não, por favor!

Meu sangue ferveu, minhas pupilas se dilataram, meus punhos cerraram... e com a compostura de um cavalheiro, eu a olhei nos olhos e respondi: "Na real? Faço!"
Um dar de ombros, e fim de discussão. Mas não pra mim. Não na minha cabeça. Eu tenho OJERIZA de gente que ataca uma crítica com "Você faz melhor?"! Tem casos que sim, faz mesmo! Prepotência à parte, eu acho que eu - assim como um tamanduá com uma caneta - escrevo melhor que o Paulo Coelho. O Neto foi um bom jogador de futebol, e ele faz melhor que o Souza, a quem o comentarista acusou de jogar pior que os quero-queros do campo de futebol. Mas e se eu não escrevesse? E se o Neto não jogasse? Eu tenho que ser o Joe Satriani pra dizer que o Júnior não sabe tocar guitarra? Eu tenho que ser o Clint Eastwood pra dizer que o Michael Bay não consegue fazer um filme decente?

Tem gente que sabe do que tá falando sem necessariamente "fazer melhor". Além de casos óbvios, é claro, que você sabe que o cara é ruim. Você é melhor? Não. Mas faz outras coisas, ué. Todo mundo é um crítico. Todos estão sujeitos a criticar e serem criticados um dia. Mas se alguém aponta que o que fulano faz é ruim, não é porque ele faz melhor. Sei lá, nem tenho mais nada a dizer. Só por acaso lembrei disso hoje e resolvi compartilhar minhas opiniões com quem ler... se não gostou, não vou te dizer pra fazer melhor.

sexta-feira, 26 de março de 2010

O Caso Nardoni já deu no saco

Estava eu aqui, entediado, uma vez que hoje não tenho aula, quando senti o alívio com o início do Jornal Nacional. Legal, pensei, vou me atualizar nas notícias do Brasil e do mundo! Tolo, eu. Nem mesmo me ocorreu que o jornal mostraria notícias sobre o caso Nardoni, muito menos que abriria o jornal com uma longa reportagem.

Cansei do caso Nardoni. Eu já tava cansado do caso na semana que a menina morreu. Eu não conheço a família, não conhecia a menina, não estou envolvido com o caso sob aspecto algum, e não me importo absolutamente com seu desfecho. Agradeceria sinceramente se parassem de me bombardear com essa bobagem o DIA INTEIRO. Se uma rede de televisão transmite o caso o dia inteiro, tem outra transmitindo de tarde, e mais uma à noite, e os canais de jornalismo 24 horas transmitem essa porra madrugada adentro.

Claro, lamento a tragédia, preferiria que não tivesse acontecido. Um homem que mata a própria filha me tira um pouco da minha já pouca fé pela humanidade. Mas ele matou a menina. Ele está sendo julgado, ele será condenado, e eu nunca mais vou ouvir falar do nome Nardoni. Eu NÃO quero saber! Aliás, se seu sobrenome é Nardoni, por favor, não venha conversar comigo até junho, pois eu vou passar o outono inteiro ainda de saco cheio disso.

Como se a pura amolação do caso não fosse irritante o suficiente, meus pais me repreendem por preferir ler um livro ou jogar video-game sobre ficar a porra do dia todo acompanhando esse caso nos jornais. Ah, olha lá, eles chegaram no tribunal. Puxa vida, fulando chorou. O advogado de defesa, como ele consegue? Ah, me dá um tempo! Preferia só simplesmente ouvir "condenado" ou "absolvido" ao final do julgamento, pra eu saber se devo ficar satisfeito com o sistema judiciário, ou se devo desejar que todos os jurados morram afogados em sua própria imbecilidade.

Nas poucas vezes que ainda assisti alguma cobertura desse caso, vi várias vezes gente gritando aprovação ao promotor, xingando os réus, carregando placas, fazendo ponto na frente do fórum... ah, memão, essa gente não tem mais o que fazer? Fico só imaginando pessoas faltando ao trabalho, deixando de passar o dia com a família, de sair com os amigos, passear com o cachorro, praticar auto-sexo, ou qualquer outra coisa, pra ficar causando o dia inteiro na frente do fórum sem propósito nenhum! Como tem babacas nesse mundo...

Só pra constar, espero que o Alexandre Nardoni, que matou uma criança e me proporcionou todo esse desgosto, morra engasgado com o próprio esperma.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Tenho assistido muito House...

Meu irmão não assiste House... a conversa com meu pai procedeu as follows...

Paulo: Pai, que que é essas perebas que cê tem aí?
Pai: É eritema nodoso, uma doença auto-imune.
Paulo: Que é isso?
Pai: Os anticorpos passam a atacar o próprio corpo. Aí nessa doença causa inchaço dos vasos sanguíneos.
Paulo: O que causa isso?
Pai: Nada... se manifesta de repente.
Paulo: E tem cura?
Pai: Não, mas tem tratamento. Corticóides.
Paulo: Que isso?
Pai: São hormônios que regulam o metabolismo.
Paulo: Sei...

Eu assisto muito House. A conversa com meu pai, 5 minutos antes, foi...

Pedro: Que são essas urticárias?
Pai: Eritema nodoso.
Pedro: Bacteriana?
Pai: Auto-imune.
Pedro: Não fode!
Pai: Antes isso que câncer...
Pedro: Tá tomando corticóide?
Pai: Não, mas tenho que tomar...


Será que assistir 5 temporadas de House elimina alguma matéria na faculdade de medicina? xD