terça-feira, 15 de setembro de 2009

Survival Horror Parte 3/6 - Galerians

Na década de 80, Katsuhiro Otomo escreveu e desenhou aquela que seria uma das animações/quadrinhos japoneses mais aclamados de todos os tempos. O violento, chocante e louvável Akira. Mais de uma década depois, a softhouse Polygon Magic decidiu chupinhá-lo na cara dura, com toques de plágio de Isaac Asimov e Exterminador do Futuro... mas o resultado foi da hora! O resultado foi o grande jogo de Playstation chamado Galerians.
O protagonista da história é um adolescente chamado Rion. Ele desperta desmemoriado em uma cama de hospital e ouve uma voz de menina em sua mente, implorando por socorro. Sendo essa a única pista de onde está e de quem é, ele decide ir em busca da fonte desse chamado, e é aí que o jogo começa.
Rion logo descobre os fenomenais poderes psíquicos de que é dotado, e se utiliza deles para escapar. Ele eventualmente aprende ser a última esperança da humanidade contra os terríveis Galerians, seres humanos geneticamente modificados, com poderes semelhantes aos seus.
A história do jogo seria muito interessante, criativa e inspiradora, se não fosse, como eu já disse, plágio descarado de outras grandes obras, como Akira e Eu, Robô. Se você desconhece essas histórias, jogue o jogo na certeza de um roteiro empolgante e sensacional. Se conhece, jogue pelo motivo que eu joguei: o jogo em si.
Rion tem poderes psíquicos que são mais do que ler mentes ou fazer coisas voarem. A medida que você vai usando seus poderes, sua energia AP vai enchendo, que funciona como um Limit Breaker - quando enche, Rion despiroca e sai andando por aí arregaçando tudo e, mais importante, TODOS que aparecem pela frente. Poucos jogos satisfizeram minha sede por sangue como Galerians, ao fazer Rion andar por aí fazendo os inimigos explodirem em bolhas de sangue agonizantes! No entanto, usar esse poder abusivamente pode acabar por matá-lo, e para carregá-lo você precisa sair usando seus outros poderes, coisa que não deve ser abusada tampouco por você ter pouca "munição". Então é recomendável que você evite combates e seja cauteloso, o que torna o jogo bastante tenso e estratégico.
Wrapping it up, Galerians é recomendável para dois tipos de pessoas em especial: aquelas que assistiram Akira e sempre se perguntaram como seria jogar um jogo como o Tetsuo, e aquelas que gostam de survival horrors com bastante tensão e doses massivas de carnificina. Eu recomendo!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Survival Horror Parte 2/6 - Alone in the Dark

1992. A Infogrames, hoje um tanto esquecida, mas antigamente uma grande potência entre as softhouses, lança um jogo que seria aclamado por gerações como o fundador de um gênero: o survival horror. Esse jogo era o inovador Alone in the Dark.

Em 1925, Jeremy Hartwood, reconhecido artista e morador da Mansão Derceto, suicidou-se em sua casa. Isso, no entanto, não foi surpresa para ninguém, uma vez que era de conhecimento geral que a mansão era mal-assombrada. Duas figuras então entram em cena: o detetive particular Edward Carnby, enviado à mansão para resgatar um valioso piano, e a sobrinha de Jeremy, Emily Hartwood, que tem razões para acreditar que, nesse mesmo piano, há um compartimento secreto com uma nota de Jeremy explicando seu suicídio.

Uma vez dentro da mansão, as portas se trancam, e nossos aventureiros se veem cercados por monstros e eventos sobrenaturais que colocarão suas vidas e sua sanidade em xeque. Utilizando-se de muita coragem e inteligência, o jogador deve prosseguir pela mansão tentando chegar ao fundo desse mistério, e lutando pela própria vida. É um jogo cheio de tensão e pouca ação, pois poucas vezes o jogador se verá numa situação de combate, e passará a maior parte do tempo fugindo de criaturas, muitas das quais nem mesmo podem ser combatidas, e resolvendo quebra-cabeças para avançar na aventura.

Hoje em dia esse jogo merece ser jogado mais pelos saudosistas e curiosos, uma vez que seus gráficos ultrapassados e jogabilidade lenta dificilmente atrairia o interesse do jogador comum. Sua história, no entanto merece ser lembrada, e seu mérito reconhecido.

Alone in the Dark 2 tem apenas um elemento em comum com o primeiro: Edward Carnby. Aclamado como "Detetive do sobrenatural" após suas incursões na mansão Derceto, é incumbido de resgatar uma menina sequestrada por uma gangue, a qual ele descobre ter encarnado o espírito maléfico de piratas do séc. XIX. O enredo é um pouco fraco, mas não é exatamente um jogo ruim.

O terceiro jogo da franquia traz Carnby novamente, contratado para esclarecer o desaparecimento de uma equipe de cinema em uma cidade fantasma no deserto de Mojave. O responsável pelo desaparecimento é uma trupe de cowboys do mal liderados por Jed Stone. Ainda que o enredo mostre ser o mais fraco de toda a série, dificilmente poderia ser considerado um jogo ruim.

O quarto jogo, que foi o que joguei mais extensivamente, foi Alone in the Dark: The New Nightmare. É uma edição que confundiu bastante os fãs da série por um elemento muito peculiar, e que não é explicado em absoluto: se passa em 2001.

Edward Carnby continua suas investigações sobre a maldição dos Derceto, de forma quase obsessiva. Quando seu amigo Charles Fisk, investigando a curiosa história do clã dos Morton, é assassinado, Carnby resolve tomar as rédeas da investigação, em parte por esclarecer os mistérios que circundam a morte do amigo, e em parte por suas investigações concluirem que a família Morton está ligada a rituais macabros e à maldição dos Derceto. Ao seu lado, a arqueologista Aline Cedrac, em parte envolvida na trama por seus estudos sobre os Abkanis - tribo indígena que protagoniza os terrores do jogo - e também por ter razões para acreditar que o cientista Obed Morton é seu pai.

Essa edição do jogo sofreu pesadíssimas influências de Resident Evil, sendo seu gameplay quase idêntico à aclamada franquia da Capcom, e traz ligações com o primeiro jogo da série, apesar de, ao mesmo tempo, não ter nada a ver com as edições anteriores, além das bizarrices aleatórias, como a espingarda de três canos do Carnby, a recente repulsa dos monstros por luz, e a influência indígena sobre o sobrenatural. Mas, se você jogá-lo como um jogo totalmente avulso à série, é um bom jogo: interessante, empolgante, inteligente e divertido.
Essa edição do jogo deu origem a um filme horrível, protagonizado por Christian Slater e Tara Reid, que nem merece ser extensamente comentado.

Em 2008 foi lançada a quinta versão do jogo, a qual eu não joguei, mas pelo que li a respeito, nem deveria. Desconsidera totamente as versões anteriores do jogo (mesmo tendo Carnby como protagonista) e tem o pior roteiro de toda a série.

Pobre Alone in the Dark. Um jogo memorável, importantíssimo e que tinha tudo para ser bom sempre, mas foi totalmente maltratado pela incompetência das softhouses que o acolheram sob suas asas. Mas não se preocupe: nós, fãs de Resident Evil, Silent Hill, dentre outros, sabemos muito bem a quem devemos tributo. Eu o saúdo!