domingo, 22 de março de 2009

For whom the bell tolls - Cerveja

Dia quente, pestilento, sem porquê
Não consigo nem pensar no que fazer
Eis que, de repente, eu vejo tudo melhorar
Como se eu pudesse ouvir o copo me chamar

Matanza - O chamado do bar


Sim, a mais simples paixão da minha vida. Pode ser pilsen, weiss, boch ou malzbier. Pode ser Brahma, Skol, Sol ou Bohemia. Pode chamar de birra, bera, breja ou cerva. Aquela que me socorre em dias quentes e que me diverte nas noites tediosas é esse delicioso fermentado de cevada maltada chamado CERVEJA.

Criada, presumivelmente, pelos sumérios e fenícios, sendo seu processo de fermentação aperfeiçoado pelos egípcios, os pais da cerveja como a conhecemos atualmente, essa delícia é provavelmente a bebida alcólica mais antiga da história da humanidade. Sua importância histórica é inegável, e sua importância hoje, em churrascos e jogos de futebol, é ainda maior.

Mas agora, menos História e mais histórias...

Eu era um garotinho de 16 anos quando, pela primeira vez, provei o nada doce sabor do álcool. Na Slamp (quem conhece está rindo), com uma galerinha com quem nem falo mais direito. Voltei pra casa meio zimbado, fomos assaltados no caminho, mas tudo correu bem. Menos de um mês depois, Carrera, Raphan e eu estávamos no Extra e resolvemos comprar uma pinga barrilzinho. Gole vai, gole vem, detonamos a pinga. "Vamos comprar mais!", Carrera propôs, e fomos nós. Mas lá chegando, descobrimos que compramos a última! O que fazer, então? Vamos comprar uma garrafa de pinga Rosa! R$1,90 o litro!

O resto é história...

Cutting to the chase, eu só fui experimentar cerveja um pouco depois de já ter começado a beber. Estávamos no aniversário sei lá de quem na pizzaria, e o grande mestre Big, ao meu lado, bebericava uma bera. Pedi pra tomar um pouco e... odiei, mas lógico que disfarcei bem! O gosto era ruim, mas eu aguentava beber. "Yes!", eu pensei. "Algo que posso beber de buenas, cujo teor alcólico aguento! Agora sou um bebedor!" E aí eu comecei a me "forçar" a beber cerveja quando saía com meus amigos. Detestava, e tomava golinhos curtos, suprimindo uma careta a cada um xD

Eis que novamente o mestre Big entra na história. Peguei o hábito de sair com ele e mais uma galera em São Paulo quase todo fim-de-semana. Eles bebiam cerveja, e eu não era muito chegado ainda. Mas aí, um dia, eles compraram a cerveja Sol. Não essa porcaria que a gente agora acha em qualquer lugar, mas a mexicana. Leve, suave, saborosa... hum! Que delícia! "Essa cerveja eu bebo com prazer!", pensei. E eu até viciei alguns amigos nela, como eu mesmo fui viciado.

E o tempo passa... passa... e eu bebendo Sol sempre. Algumas vezes eu me sujeitava a beber outras marcas e, tendo um paladar já mais apurado para cervejas, bebia de buenas as cervejas ruins, e bebia com certo prazer marcas como Brahma e Bohemia. Até que chegou um belo dia que eu me dei conta de que sabia diferenciar cervejas pelo sabor. Que eu sabia que a Miller tinha alto teor de lúpulo só de provar. Que eu apreciava o forte amargor da Heineken tanto quanto a densidade da Serramalte. Que eu não comprava mais vodka pra ficar lokão, mas sim um six-pack de Brahma pra saborear com amendoim. E que eu tinha, lenta e sutilmente, me tornado um grande amante de cerveja!

Alguns anos depois eu vim a conhecer a Budweiser, que tornar-se-ia minha cerveja favorita, e assim o é até hoje. Só consigo comprar no bar ao lado da minha faculdade, e mal posso esperar pela AmBev resolver comercializá-la direito. Aí comprarei com muito mais frequência.

Hoje eu bebo cerveja sempre, pra tudo, como quem bebe refrigerante. Jogando cartas, vendo o futebol, relaxando na piscina, na praia, em festas... pra que comprar vodka ou pinga pra ficar bem loko, se eu posso tomar litros e litros de cerveja, ficando bêbado do mesmo jeito e apreciando suas delícias no processo?

Está no sangue. Os tchecos são os maiores bebedores de cerveja do mundo, muito mais até que os alemães! Eu não saberia dizer quantos litros eu bebo por ano... bebo uma média de 3 a 5 litros por semana. Uma vez, e há testemunhas, eu fui a uma cervejada da faculdade de Direito, onde eu comprei uma caneca de 500ml. Até onde eu me lembro (pois depois de um tempo não lembro de mais nada xD) eu já tinha bebido quase 30 canecas. Ou seja, quinze litros! Deve ter sido mais do que isso, mas como já estava bêbado demais pra lembrar, nem conto. Eu falei isso pro meu pai, com certo orgulho de minha capacidade... e ele, modestamente, com certo embaraço, me revelou "Em uma Oktoberfest, num dia, eu bebi 22 litros só de Brahma..." Filho de peixe, peixinho é.

E agora dá licença que tá o maior calor... escrevi esse texto bebendo, e vou tomar mais uma Brahma geladinha!

terça-feira, 17 de março de 2009

For whom the bell tolls - Introdução

Todo mundo tem suas paixões. Todo mundo tem aquilo pelo qual dobram seus sinos, aquela ou aquelas coisas que dão significado à sua vida, e sem as quais simplesmente não valeria a pena continuar vivendo. Eu não sou exceção. No decorrer dos próximos textos, explicarei detalhadamente os quatro pilares de minha existência: cerveja, esportes, literatura e mulheres. Como eu os conheci, por que são tão importantes para mim, como fui ficando progressivamente bom em fazer uso dessas coisas, e situações admiráveis e constrangedoras que devo à elas.

Uma boa introdução... é dizer que tudo começou aos 16 anos. Antes dos 16 anos eu não tinha vida. Não tinha gostos, não tinha personalidade... era apenas uma casca vazia. Jogava video-game o dia inteiro. Saía com meus amigos, poucos amigos; mas eu era um moleque muito chato, e tenho certeza que eles nem gostavam tanto assim de mim. Mas o tempo passa, as coisas mudam, e aos 16 anos a minha vida começou a girar. Quem me conheceu antes disso nem consegue acreditar em como eu era bobo, tímido, frágil, fútil e sem graça.

Tá, chega de auto-flagelação. É só pra dar uma atualizada nessa página mesmo, pois hoje não terei tempo de escrever. Apesar dessa introdução, podem contar com textos muito bem humorados. Afinal, sou eu! As quatro paixões da minha vida, naturalmente, vêm carregadas de bom humor!

Título inspirado numa música do Metallica e num livro de Ernest Hemingway.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Spoiler Review - D.E.B.S. - Super Espiãs

Eu fui lobotomizado ontem à noite. Perdi muitos pontos de QI, sinto-me mais burro hoje graças à noite passada. Ontem o InterCine exibiu o filme mais imbecil que já vi na minha vida.
Depois do Prison Break, o InterCine anunciou o filme D.E.B.S., e eu pensei "Hum, vou assistí-lo. Acho que são grandes as chances de ver seios". Mas depois de dez minutos de filme, eu só continuei a assistí-lo graças à maldita frase do meu irmão: "Assiste aí e depois escreve!" Então... eu assisti.

Bom, it goes like this: em meio ao SAT (uma espécie de vestibular unificado dos EUA) tem um teste secreto que mede a habilidade natural das pessoas de serem mentirosas e manipuladoras. As que têm pontuação respeitável são recrutadas para uma academia secreta de super-espiões. Já começou bem, né?
Após essa introdução, a cena corta para a "república" onde vivem as personagens principais do filme. Lá, dezenas de telas nas paredes mostram Michael Clark Duncan (sim, também estou surpreso por O Demolidor não ter sido seu pior filme) acordando as meninas. Ah, acabou de me ocorrer que esqueci os nomes de TODOS os personagens do filme! xD

A primeira a acordar é a Morena (suprindo o sistema de cotas, tem que ter SEMPRE a negra da equipe), que levanta com uma pistola gigante apontada para god knows what (como quem diz "Estou sempre preparada"). Seu café da manhã é protéico e nutritivo. Puxa, primeiro clichê do filme. A líder disciplinada.
A segunda é a Boba. Ela acorda, sem graça como sempre, e pede uma comida vegetariana. Sem graça.
A quarta é a Loira, personagem principal do filme. Ela se atrasa pra descer porque está brigando com seu namorado, a quem chamarei de Bundão. E ela, no café, pede fast food, whatever that means.

A terceira eu deixei por último, pois essa é um caso à parte. É uma francesa (chama-la-ei de Francesa) interpretada pela Devon Aoki! Faz sentido pra você? Pra mim, não. Anyways, ela acorda levando um esporro da Morena por estar com um homem na cama! E depois, na hora do café, ela pede só um CAFÉ FORTE e acende um cigarro...

Não não não, hold the presses! Ela faz sexo, fuma e bebe café forte?!?!?! Se isso torna alguém invocado, eu sou praticamente um Chuck Norris! Besides, nem todo esse combo de baddassness seria capaz de tornar um francês invocado (ainda que interpretada por uma nipo-alemã) =P

Tá, apesar de eu estar pesando na Francesa, ela é by far a personagem quase legal do filme.

Elas vão pra escola (ou academia de super-espiãs, sei lá...) onde recebem a notícia de que a super-vilã Lucy Diamond (esse nome imbecil, eu lembrei) iria fazer sua primeira aparição em muitos anos, num encontro com uma assassina russa. Engraçado que ela é uma super-vilã... mas ela não fez PORRA NENHUMA de mal! xD
Meanwhile, no esconderijo secreto da Lucy (sim, o lugar é etitulado EVIL LAIR!!!!!), Lucy discute seu encontro com a assassina com seu braço direito, o comandante de sua legião de mercenários. Ele é como o Boba Fett... se o Boba Fett fosse EMO! Puxa vida! Então Lucy Diamond é lésbica, e o encontro com a assassina é um blind date!!!! Foi o primeiro momento que foi difícil pra mim continuar a assistir o filme.
Anyways, as D.E.B.S. são enviadas para espioná-la, o que elas fazem penduradas em balancês super-tecnológicos. Em meio ao encontro, o Bundão aparece e começa a discutir relação com a Loira. Ela lhe dá o fora novamente, ele exige de volta a pulseira que lhe deu de presente, e os imbecis deixam a pulseira cair na sopa da Lucy, começando o tiroteio mais escroto da história. Elas saem em perseguição, e a Loira fica naquele clássico Mexican Standoff com a vilã... elas começam a conversar, ficam amiguinhas, e a vila foge, numa cena de extrema imbecilidade. Mas a extrema imbecilidade continua, quando Lucy admite pro Emo que se apaixonou pela Loira!

Com ajuda do Emo, Lucy rapta a Loira, e a Boba entra na dança sem querer, levando-as para uma balada super distante e exclusiva, a ponto de elas não terem opção a não ser entrar na festa (???). Lá, Lucy e Loira começam a... ficar íntimas demais, enquanto a Boba e o Emo fazem o mesmo. Mas a Boba, na última hora, impede o que seria a primeira cena de lesbianismo do filme (note o PRIMEIRA).

A Loira é então idolatrada na academia, pois foi a única pessoa a topar com a super-vilã que nunca fez nada de errado e sobreviver! A diretora da escola - analisem bem as contradições da próxima frase - se teletransporta para a sala da Loira acompanhada de um fotógrafo com uma câmera dos anos 50, que a usa muitas vezes desnecessariamente. A Loira é destacada como a nova líder da equipe, deixando a Morena cheia de ciúmes. Por alguma razão, nesse momento passa uma aluna random correndo e gritando "Lucy Diamond está atacando de novo!" Por que só ela sabe disso? WTF?

Tá, Lucy resolve roubar um banco pra atrair a atenção das D.E.B.S. e tentar conquistar a Loira. Destaque: na porta do banco a Loira ordena "Formação Delta Kappa Gamma!" E o que é isso? Ah sim, as quatro entrarem juntas em fila indiana pela porta da frente ¬¬"
Anyways, Lucy consegue separá-la das outras, lança uma arroizada lvl 30 e beija a Loira. Tá, não sou eu que vou reclamar xD

As duas fogem juntas e todos acreditam que a Loira foi sequestrada, começando uma tremenda caçada por ela. Só a Boba, que ficou amiguinha do Emo, sabia o que estava rolando, mas não podia fazer nada. Enquanto a caçada rola, Loira e Lucy passam uma semana de cenas românticas de comédia adolescente. Eventualmente, a enciumada assassina russa vê as duas numa lanchonete tomando um milk-shake e liga para as D.E.B.S., avisando o paradeiro da Loira.

Não não não, hold the presses! Como ela sabia da caçada? E como ela sabia o telefone das D.E.B.S.? E como ninguém achou elas numa lanchonete, com a altíssima tecnologia que elas têm? Afe...

Bom, agora que elas sabem onde procurar, as D.E.B.S. invadem o Evil Lair, enquanto Lucy e a Loira estão num momento romântico pré-sexo na cama. Mas ao encontrar o Emo e seus capangas, elas simplesmente LARGAM os fuzis e saem no tapa, na cena de luta mais mal coreografada de todos os tempos. Eles são derrotados, e as meninas invadem o quarto de Lucy... flagrando as duas nuas em meio a caloroso sexo lésbico! Eu não sei descrever o nível de ridículo dessa cena... só vendo.

Ao voltar pra casa, a galera bota a Loira na parede, mas elas e a diretora da academia decidem, em nome da reputação, fingir que nada aconteceu. Meanwhile, Lucy, enfurecida pela rejeição, decide DESTRUIR A AUSTRÁLIA! O Emo consegue dissuadi-la da idéia, e os dois decidem ficar super bonzinhos e fazer coisas boas pra conquistar a Loira.

Na formatura das D.E.B.S., Lucy invade a base pelo sistema de ventilação. Um carinha random avisa o Bundão de que ela invadiu o complexo, e eles saem à caça. O Bundão quase consegue capturá-la, mas ela chega a um local onde Loira, durante seu discurso, consegue vê-la. Loira então declara seu amor por Lucy e sai correndo até ela, que nocauteia o Bundão e sai em seu encontro.

As duas se encontram em situação parecida à de seu primeiro encontro, e são cercadas pelas outras três D.E.B.S., mas o Emo rende a Francesa, criando outro Mexican Standoff. Mas aí rola uma cena meiga e sem graça, a Morena e a Francesa deixam os dois casais fugirem pela saída de emergência (convenientemente desguarnecida, ainda que esta seja uma academia de super-espiões). E... bem, aí acaba. Assim, sem mais nem menos.

E vocês? Sentem-se burros como eu?

BTW, Mexican Standoff: momento de um tiroteio em que todos (aliados e inimigos) se encontram sob a mira de alguém, sendo quase impossível reagir sem ser alvejado por alguém.